O desenvolvimento visual acontece tão logo ao nascer, através de estímulos visuais. O período ouro da visão, no qual acontece a maturação da fóvea, é até os três meses de idade. Este aprimoramento acontece por meio de interações com o ambiente e ocorre em conjunto com o desenvolvimento global do recém-nascido.
O desenvolvimento neuropsicomotor, as habilidades cognitivas e de comportamento se estabelecem pela aprendizagem e estão diretamente relacionadas com o desenvolvimento da visão (Zimmermann et al., 2019).
– Muitas crianças somente são identificadas com doenças durante a idade escolar.
– Muitas doenças deixam de ser identificadas pelo Teste do Reflexo Vermelho.
– A estimulação visual precoce é um fator precioso para o desenvolvimento visual do córtex cerebral.
– As barreiras ou doenças que impeçam esta estimulação em tempo hábil podem levar a consequências visuais irreparáveis.
– Déficit visual e cognitivo (muitas vezes parcial ou totalmente irreversíveis).
– Segundo à Organização Mundial da Saúde, 60 a 80% dos casos de cegueira são evitáveis.
O TRV é um exame oftalmológico não invasivo realizado com a utilização de um oftalmoscópio direto. Através da projeção de luz que atravessa os meios transparentes do olho e, ao atingir a retina, permite a observação do Reflexo Vermelho no plano da pupila.
O TRV pode sofrer algumas interferências de acordo com: o estágio de desenvolvimento da retina, a idade gestacional do recém-nascido, o uso de terapêuticas como o oxigênio, a iluminação do ambiente e o posicionamento do RN (Aguiar, Cardoso, Lúcio, 2007).
Os recém-nascidos lactentes (RNL) podem ser acometidos por muitas doenças oftalmológicas cujos sinais clínicos de alterações podem ser discretos ou pouco específicos, o que dificulta o diagnóstico precoce dessas doenças e podem impedir o desenvolvimento visual cortical (Mets, Chhabra, 2008; Nakanami, Mota, 2017; Li et al., 2013)
Durante a gravidez, algumas doenças infectocontagiosas como: toxoplasmose, sífilis, rubéola, citomegalovírus, HIV e herpes vírus; podem causar doenças oculares nos RNL que, quando diagnosticadas tardiamente, a intervenção para a redução das sequelas pode ser pouco efetiva (Aguiar, Cardoso, Lúcio, 2007)
Recém-nascidos podem ser acometidos por infecções congênitas que em 60% dos casos se manifestam de forma assintomática: sífilis, toxoplasmose.
Para que o desenvolvimento cognitivo e físico de uma criança transcorra de forma normal e positiva é necessário que se tenha um desenvolvimento visual normal desde a gestação ao nascimento. É necessário que o cérebro receba estímulos para que possa processá-los. Desta forma, a construção da arquitetura cerebral depende da integridade de todas as estruturas da retina que levam estímulos ao cérebro para a formação da imagem como também depende da genética (ou hereditariedade) e do ambiente em que se vive.
A maioria dos sistemas cerebrais é plástico, ou seja, são modificados conforme as experiências vivenciadas que permitirão a aquisição de informações e de aprendizagem. Portanto irão provocar alterações anatômicas em diversas regiões do encéfalo.
O retinoblastoma é um tipo de câncer raro que pode aparecer em um olho ou de forma bilareral. Apesar de raro, é o tumor ocular mais comum na infância, e origionário na retina e acomete crianças desde o nascimento até no máximo 4 ou 5 anos de idade e identificável pelo Exame Digital dos Olhos dos Recém-nascidos. É fundamental fazer o diagnóstico precoce para que seja possível curar a criança e preservar a visão. Como prevenção, é importante a realização do Exame Digital dos Olhos 2 vezes ao ano até o 5 anos de idade para a prevenção do Retinoblastoma.
Campanha para promover a conscientização sobre a prevenção da cegueira infantil.
Nancy Maria Douat Dietrich
Enfermeira – COREN/SC 441629